MPHU promove I Jornada de Transplante Renal e Encontro de Pacientes Transplantados
Por Eduardo Idaló.
Dentro da programação do Setembro Verde – campanha de conscientização para doação de órgãos e tecidos – o Mário Palmério Hospital Universitário (MPHU da Uniube), por meio do Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão (NEPE), realiza a I Jornada de Transplante Renal. O evento, nos dias 21, 22 e 23 de setembro, contará com várias palestras, incluindo a participação de dois dos mais renomados médicos da área de transplante renal no país: Dr. Mário Abbud Filho, médico e diretor do Hospital de Base de São José do Rio Preto, conhecido internacionalmente pela excelência em transplante renal; e Dr. Juliano Chrystian Offerni, do Hospital do Rim e Hipertensão de São Paulo, o hospital que faz mais transplantes renais no mundo.
Em setembro de 2015, o MPHU da Uniube foi autorizado a realizar transplantes renais. Em dois anos já foram feitos 19 transplantes de rins pela equipe coordenada pelo médico nefrologista, Dr. Fabiano Bichuette. “Nessa jornada vamos ter a oportunidade de abordar o transplante de uma forma multidisciplinar. Vai ter palestra sobre o protocolo de morte encefálica, o papel do odontólogo na avaliação pré-transplante, também vai ter uma palestra com patologista, sobre a importância da biópsia do rim para o transplante. Então vai ser um evento onde a gente vai mostrar os nossos dados dos dois anos de transplante no MPHU, mas também vamos abordar outros assuntos interessantes para a área médica”, explicou Fabiano Bichuette.
Para a Jornada são esperados estudantes de Medicina e profissionais da área da saúde. As palestras são gratuitas, e serão realizadas no anfiteatro do Mário Palmério Hospital Universitário.
1º Encontro de Transplantados
Um dos momentos mais emocionantes da I Jornada de Transplante Renal do MPHU deve ser o encontro de pacientes que receberam um rim transplantado. O encontro será nesta quinta-feira, 21 de setembro, às 10h da manhã no MPHU. Os transplantados receberão uma Certidão de Renascimento, como forma simbólica de celebrar a recuperação e também vão dividir a experiência deles com os participantes da Jornada.
“Vai ser um momento bacana, porque muitos deles ficaram amigos quando faziam hemodiálise, ou porque vinham juntos na van de outras cidades para tratamento, então é um encontro emocionante e de muitas lembranças. Na certidão que eles vão ganhar, a certidão de renascimento, tem a data dos transplantes, que foi o dia que eles renasceram”, conta Fabiano Bichuette.
De setembro de 2015 a setembro de 2016 o MPHU realizou 5 transplantes. De setembro de 2016 a setembro de 2017 já foram mais 14. Só esse ano foram 6 transplantes de doador vivo. “O transplante de doador vivo começou no MPHU em janeiro desse ano e já estamos com seis pacientes transplantados e vários agendados para o restante do ano. Isso mostra a conscientização das pessoas para a causa do transplante renal”, destacou o coordenador.
Atualmente, estima-se que são mais de 40 mil brasileiros esperando transplante, desses, 25 mil são rim. Hoje são mais de 100 mil brasileiros em hemodiálise ou fazendo diálise peritoneal. Os dados são da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). “O número de pacientes renais crônicos aumenta muito e o número de transplantes não aumenta na mesma proporção. Ano passado foram feitos no Brasil aproximadamente 5.600 transplantes renais, esse número vem se mantendo estável nos últimos anos. Para se ter uma idéia da importância da doação de órgãos, um doador que tem morte encefálica salva até 14 vidas. Essa pessoa pode doar os dois pulmões, pâncreas, os dois rins, coração, córneas, pele, ossos, entre outros”, esclareceu o nefrologista Fabiano Bichuette.